Question
Explique qual era a posiçao da igreja com relaçao a escravidso no Brasil no periodo colonial
Solution
4.2
(294 Votos)
Hugo
Mestre · Tutor por 5 anos
Resposta
Igreja Católica desempenhou um papel complexo e multifacetado em relação à escravidão no Brasil colonial. Durante esse período, a Igreja tinha uma presença significativa e influente na sociedade brasileira, tanto na esfera religiosa quanto na social e política. Aqui estão alguns pontos importantes sobre a posição da Igreja em relação à escravidão:1. **Condenação Moral**: A Igreja Católica, em princípio, condenava a escravidão como uma prática moralmente questionável. Muitos membros da Igreja, incluindo missionários e teólogos, defendiam a liberdade e a dignidade dos escravos, argumentando que todos os seres humanos são criados iguais em Deus.2. **Justificação e Aculturação**: No entanto, a Igreja também desempenhou um papel na justificação e na aculturação dos escravos. Muitos missionários e padres católicos acreditavam que a escravidão poderia ser uma forma de "civilização" e " cristianização" dos povos africanos. Eles frequentemente batizavam os escravos e os ensinavam a religião cristã, muitas vezes como parte de um processo de assimilação cultural.3. **Influência Política e Econômica**: A Igreja tinha uma relação de dependência mútua com a elite colonial, que era a principal beneficiária da escravidão. A Igreja não raramente aceitava a realidade da escravidão e, em alguns casos, até a apoiava, desde que isso não violasse diretamente as normas e doutrinas católicas. A Igreja também acumulou grandes extensões de terra e poder, muitas vezes através de doações de proprietários de escravos.4. **Atividades Humanitárias**: Houve também movimentos dentro da Igreja que lutaram contra a escravidão. Muitos jesuítas, por exemplo, foram ativos na defesa dos direitos dos indígenas e escravos. A Igreja também fundou instituições como as irmandades, que, embora tivessem várias funções, incluía a assistência a escravos e indígenas.Em resumo, a Igreja Católica no Brasil colonial tinha uma posição ambivalente em relação à escravidão. Embora alguns membros e movimentos dentro da Igreja lutaram contra a prática, a Igreja como instituição também desempenhou um papel na justificação e na aculturação dos escravos, além de manter uma relação de dependência com a elite colonial que se beneficiava da escravidão.