1 (FACISA 2018 - Adaptada) Leia o texto que segue para responder à questão. Canção do exilio Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres [de ametista, os sargentos do exército são [monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo [a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em familia têm por [testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola [de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! poema de Murilo Mendes nos leva a considerar as seguintes proposições: poema em pauta é uma paródia, de gosto modernista, a um clássico da literatu- ra romântica brasileira, da autoria de Gonçalves Dias. II Há, no poema de Murilo, o fenômeno da intertextualidade, já a partir do título e presente no primeiro verso mas não ao longo do texto, pois, para haver intertextu- alidade, deve haver similaridade sintática. III Encontramos também tom parodístico ao poema romântico de Gonçalves Dias no poeta Oswald de Andrade no texto "Canto de regresso à pátria"; no qual o escritor diz: "Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui /Não cantam como os de lá: IV Mário Quintana é outro poeta que empresta um tom de tristeza corrosiva em sua paródia ao romântico quando escreve "Minha terra não tem palmeiras... / E em vez de um mero sabiá cantam aves invisíveis /Nas palmeiras que não há". v A paródia conserva 0 tom do texto original;já a paráfrase o destrói. Portanto, o poema de Murilo Mendes é

uma paródia, pois conserva o tom do texto original.

Vamos analisar cada uma das proposições:

I. O poema em pauta é uma paródia, de gosto modernista, a um clássico da literatura romântica brasileira, da autoria de Gonçalves Dias.
- Correto. O poema de Murilo Mendes é uma paródia ao "Canção do exílio" de Gonçalves Dias, com um toque modernista.

II. Há, no poema de Murilo, o fenômeno da intertextualidade, já a partir do título e presente no primeiro verso mas não ao longo do texto, pois, para haver intertextualidade, deve haver similaridade sintática.
- Incorreto. A intertextualidade está presente ao longo do poema, não apenas no título e no primeiro verso. A similaridade sintática não é um requisito para a intertextualidade.

III. Encontramos também tom parodístico ao poema romântico de Gonçalves Dias no poeta Oswald de Andrade no texto "Canto de regresso à pátria"; no qual o escritor diz: "Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui /Não cantam como os de lá:
- Correto. O texto de Oswald de Andrade também apresenta um tom parodístico ao poema de Gonçalves Dias.

IV. Mário Quintana é outro poeta que empresta um tom de tristeza corrosiva em sua paródia ao romântico quando escreve "Minha terra não tem palmeiras... / E em vez de um mero sabiá cantam aves invisíveis /Nas palmeiras que não há".
- Correto. Mário Quintana também faz uma paródia ao "Canção do exílio" de Gonçalves Dias, com um tom de tristeza corrosiva.

V. A paródia conserva o tom do texto original; já a paráfrase o destrói. Portanto, o poema de Murilo Mendes é
- Correto. O poema de Murilo Mendes é uma paródia, pois conserva o tom do texto original.

Portanto, a resposta correta é que o poema de Murilo Mendes é uma paródia, pois conserva o tom do texto original.