Como a racionalidade pode nos levar a felicidade,segundo Aristóteles?

De acordo com Aristóteles na "Ética a Nicômaco", a felicidade é alcançada através do exercício da virtude racional. Assim, Aristóteles define a felicidade como resultado da vida bem vivida, que é exercida para o seu próprio bem e não a fim de alcançar algum outro bem. <br /><br />Para Aristóteles, todos os seres humanos possuem uma capacidade racional, que, quando exercida corretamente, leva à obtenção do bem supremo - a felicidade. Esta racionalidade nos permite diferenciar o certo do errado, e é através da prática de virtudes racionais que somos levados à felicidade. <br /><br />1) A racionalidade permite-nos distinguir entre bens instrumentais e bens intrínsecos. Bens instrumentais são aqueles que têm valor como meio para alcançar um fim (por exemplo, a riqueza é boa porque nos permite comprar coisas que valorizamos). Por outro lado, bens intrínsecos são valorizados por si mesmos. A felicidade é um bem intrínseco, pois é o fim último e o maior bem que todos almejamos.<br /><br />2) A racionalidade também nos permite agir de acordo com a virtude. Para Aristóteles, a virtude é uma característica de caráter que permite uma pessoa a realizar sua função bem. Uma vez que ser racional é parte do que nos distingue como humanos, agir racionalmente (isto é, praticar virtudes racionais como a prudência) é, de certa forma, cumprir nossa função.<br /><br />Em resumo, Aristóteles acredita que a racionalidade, quando usada corretamente, nos guia na escolha e realização de ações virtuosas que finalmente nos levam à felicidade. Através da racionalidade, somos capazes de identificar a felicidade como o fim último e, portanto, organizar nossas vidas e ações em torno da busca deste fim.