Pergunta
Cap. ALVIII 7 forports Ao contrário do que ficou dito atrás, Flora não se aborreceu na ilha. Conjeturei mal emendo-me a tempo. Podia aborrecer-se pelas razoes que lá ficam, e ainda outras que poupei ao leitor apressado; mas, em verdade passou bem a noite A novidade da festa, a vizinhança do mar, os navios perdidos na sombra, a cidade defronte com os seus lampiōes de gás embaixo e em cima, na praia e nos outeiros, eis aí aspectos novos que a encantaram durante aquelas horas rápidas. Não lhe faltavam pares nem conversação, nem alegria alheia e própria. Toda ela compartia da felicidade dos outros Via, ouvia, sorria, esquecia se do resto para se meter consigo. Também invejava a princesa imperial, que viria a ser imperatriz um dia com o absoluto poder de despedir ministros e damas, visitas e requerentes, e ficar só, no mais recôndito do paço, fartando-se de contemplação ou de música. Era assim que Flora definia o governar. Tais ideias passavame tornavam. De uma vez alguém Ihe dar força: "Toda alma livre é imperatriz!". ASSIS, M. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro Nova Aguilar, 1974 Convidada para o ultimo baile do Império, na Ilha Fiscal localizada no Rio de Janeiro, Flora devaneia sobre aspectos daquele contexto, no qual o narrador ironiza a (A) promessa de esperança com o futuro regime. (B) alienação da elite em relação ao fim da monarquia. (c) perspectiva da contemplação distanciada da capital. (D) animosidade entre população e membros da nobreza. (B) fantasia de amor e de casamento da mulher burguesa QUESTÃO 30 Meu irmão é filho adotivo. Há uma tecnicidade no termo. filho adotivo, que contribui para sua aceitação social . Há uma novidade que por um átimo o absolve das mazelas do passado que parece limpá-lo de seus sentidos indesejáveis . Digo que meu imão é filho adotivo e as pessoas tendem a assentir com solenidade, disfarçando qualquer pesar, baixando os olhos como se não nenhuma ânsia de perguntar mais nada. Talvez compartihem da minha inquietude, talvez de fato se esqueçam do assunto no próximo gole ou na próxima garfada. Se a inquietude continua a reverberar em mim, é porque ouço a frase também de maneira parcial irmão é filho-e é dificil aceitar que ela não termine com a verdade tautológica habitual: meu irmão é filho dos meus pais. Estou entoando que meu irmão é filho e uma interrogação sempre me salta aos lábios filho de quem? FUCKS, J. A resistência. São Paulo: Cia. das Letras . 2015 Das reflexões do narrador,apreende-se uma perspectiva que associa a adoção (A) a representações sociais estigmatizadas da parentalidade D) a necessidade de aprovação por parte de desconhecidos Qlao julgamento velado de membros do núcleo familiar D ao conflito entre o termo técnico e o vínculo afetivo. (B) a inquietações próprias das relações entre irmãos.
Solução
Verification of experts
4.6302 Voting
EdsonElite · Tutor por 8 anos
Responder
QUESTÃO 29:<br />A resposta correta é (C) perspectiva da contemplação distanciada da capital.<br /><br />No trecho apresentado, Flora se encontra na Ilha Fiscal, localizada no Rio de Janeiro, onde ela se depara com novos aspectos e experiências. O narrador ironiza a perspectiva de contemplação distanciada da capital, onde Flora se encontra. A ilha é descrita como um lugar distante da cidade, com navios perdidos na sombra, uma cidade defronte com seus lampiões de gás e uma praia. Flora se encanta com esses aspectos novos durante a noite, o que indica uma perspectiva de contemplação distanciada da capital.<br /><br />QUESTÃO 30:<br />A resposta correta é (D) ao conflito entre o termo técnico e o vínculo afetivo.<br /><br />No trecho apresentado, o narrador reflete sobre a adoção e como ela contribui para a aceitação social do filho adotivo. O termo "filho adotivo" é mencionado como uma tecnicidade que contribui para a aceitação social. O narrador também menciona a inquietação que sente ao ouvir a frase "meu irmão é filho", questionando se ele é filho de quem. Isso indica um conflito entre o termo técnico (filho adotivo) e o vínculo afetivo entre irmãos.
Clique para avaliar: