Inútil A gente não sabemos escolher presidente. A gente não sabemos tomar conta da gente. A gente não sabemos nem escovar os dente. Tem gringo pensando que nóis é indigente. A gente faz carro e não sabe guiar. A gente faz trilho e não tem trem pra botar. A gente faz filho e não consegue criar. A gente pede grana e não consegue pagar. A gente faz música e não consegue gravar. A gente escreve livro e não consegue publicar. A gente escreve peça e não consegue encenar. A gente joga bola e nào consegue ganhar. Inútill A gente somos inutill Inútill A gente somos inútill MoREIRA, Roger Rocha Intérprete: Ultraje a rigor. In: Warner 30 anos: Ultraje a rigor Sao Paulo. Warner 2007. 1 CD. Faixa 3 1. Releia a primeira estrofe. 1. Releia a primeira estrofe. a) A primeira vista , quem parece ser o eu lírico da canção?Em que você se baseou para responder? b) Com base no contexto da leitura da canção, explique o significado da palavra indigente. 2. Releia a terceira estrofe. a) Que relação você percebe entre os três primeiros versos da estrofe e a situação política do País na década de 1980? b) 0 último verso da estrofe faz referência à derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982. Como é possível relacionar esse fato ao sentido global da canção? 3. Identifique, na letra da canção , dois exemplos de concordância verbal e um exemplo de concordância nominal que não estejam de acordo com a gramática normativa. 4. "A gente somos" é uma construção típica de variedades linguísticas estigmatizadas. Há algum tipo de con- cordância verbal aceito pela gramática normativa que poderia sustentar desse uso?Explique. 5. É possivel afirmar que a letra da canção "Inútil" produz um efeito de ironia De que maneira esse efeito se manifesta na construção e no conteúdo da letra?

1. A primeira vista, o eu lírico da canção parece ser uma pessoa que representa a sociedade brasileira, criticando a falta de habilidades e competências em várias áreas. Isso é baseado na forma como a letra aborda diferentes situações e problemas enfrentados pela sociedade.<br /><br />b) Com base no contexto da leitura da canção, o significado da palavra "indigente" é aquele que se refere a uma pessoa que vive em condições de pobreza extrema, sem recursos para garantir sua sobrevivência básica.<br /><br />2. a) Na terceira estrofe, percebo uma relação entre os versos e a situação política do país na década de 1980. Os versos mencionam a falta de habilidades e competências, o que pode ser relacionado à falta de liderança e capacidade de tomada de decisão por parte dos governantes da época.<br /><br />b) O último verso da estrofe faz referência à derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982. Essa derrota pode ser relacionada ao sentido global da canção, pois simboliza a falta de habilidades e competências não apenas na política, mas também no esporte e na sociedade como um todo.<br /><br />3. Na letra da canção, dois exemplos de concordância verbal que não estejam de acordo com a gramática normativa são: "A gente faz carro e não sabe guiar" e "A gente faz trilho e não tem trem pra botar". Um exemplo de concordância nominal que não esteja de acordo com a gramática normativa é: "A gente pede grana e não consegue pagar".<br /><br />4. "A gente somos" é uma construção típica de variedades linguísticas estigmatizadas. Não há uma concordância verbal aceita pela gramática normativa que possa sustentar esse uso. A gramática normativa estabelece que o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito. No caso de "A gente somos", o verbo "somos" está em número plural, mas o sujeito "A gente" está em número singular. Portanto, a forma correta seria "A gente somos" para concordar com o sujeito.<br /><br />5. Sim, é possível afirmar que a letra da canção "Inútil" produz um efeito de ironia. Esse efeito se manifesta na construção e no conteúdo da letra, pois a canção critica a falta de habilidades e competências da sociedade brasileira de uma maneira sarcástica e humorística. A letra apresenta uma série de situações em que a sociedade brasileira é retratada como incapaz de realizar tarefas simples, o que cria um contraste com a ideia de que um país não deve ser considerado indigente.