Leia este texto: 0 tráfico de escravos decorria de uma relação en- tre interesses comerciais extra-afficanos no caso,de mercadores de escravos provenientes de outros conti- nentes, e interesses comerciais africanos, de lideranças estatais, chefes locais ou chefes de linhagem que deti- nham autoridade sobre seus povos. Outro aspecto importante deve ser destacado. Não é correto afirmar que "africanos" escravizaram "africa- nos" para vendê-los como escravos. () local e da comunidade de que faziam parte. Ao serem destroados para terras longínquas submetidos a outras sociais e a outras formas culturais, os cativos sofriam a violação dos seus corpos, de que perderam reinseridos num grupo controle, e a violação de seus códigos culturais ori- ginais. D.em posição de subordinação eram excluidos e desprovidos de espaçO de convivência com a comuni- dade circundante. () A escravidão assumiu outro significado quando pas- sou a ser integrada nas relações comerciais de longo curso. Nesse caso, mais do que reduzidos ao cativeiro, os individuos passavam por um duplo processo de de- senraizamento. Primeiro, quando eram arrancados do Embora a escravidão já existisse na África Ocidental da chegada dos europeus, ela assumiu outro sig- nificado. Doravante, 0 cativo tornou-se uma "peça", termo que evoca por si mesmo sua condição de mer- cadoria, cujo valor podia oscilar de acordo com a lei da oferta e da procura. MACEDO, José R. Historia da África. São Paulo: Contexto 2019. p. 100-101 103; 105 Com base na leitura do texto, responda às seguintes questões. 5.10 texto revela um tipo de violência bastante particular transatlântica? que ocorria com os escravizados africanos. Descreva-a com as suas palavras. 3. Quem eram os grupos interessados na escravidão 4./Por que o autor sustenta que "Não é correto afirmar que "afficanos' escravizaram'africanos para vendê-los como escravos"? 6. Por que no texto se afirma que a escravidão assumiu um

1. A violência transatlântica descrita no texto envolveu a separação forçada de africanos de suas comunidades e culturas, a venda de africanos como mercadorias, e a violação de seus corpos e códigos culturais originais. Os africanos eram arrancados de suas casas e famílias, muitas vezes à força, e enviados para terras distantes, onde eram vendidos como escravos. Essa violação de seus corpos e culturas foi uma forma de violência particularmente cruel e desumanizadora.<br /><br />2. Os grupos interessados na escravidão incluíam os comerciantes de escravos, que eram geralmente de outras partes do mundo, e as lideranças africanas, chefes locais e chefes de linhagem, que tinham autoridade sobre seus povos.<br /><br />3. O autor sustenta que "Não é correto afirmar que 'africanos' escravizaram 'africanos' para vendê-los como escravos" porque a escravidão era um fenômeno complexo que envolveu muitos atores diferentes, incluindo comerciantes de escravos, governantes europeus e africanos, e outras pessoas que se beneficiavam do comércio de escravos. A escravidão não foi um fenômeno exclusivamente africano, e não é correto simplificar a questão como se os africanos tivessem escravizado os africanos para vendê-los como escravos. Em vez disso, a escravidão foi um fenômeno complexo que envolveu muitos atores diferentes e que foi moldado por uma série de fatores econômicos, políticos e sociais.<br /><br />4. No texto, a escravidão assumiu um significado quando foi integrada nas relações comerciais de longo prazo. Nesse caso, mais do que reduzidos ao cativeiro, os indivíduos passavam por um duplo processo de desenraizamento. Primeiro, quando eram arrancados de suas comunidades e culturas, e depois, quando eram vendidos como escravos para pessoas de outras partes do mundo. A escravidão assumiu um significado mais profundo quando se tornou parte do comércio global, onde os africanos eram tratados como mercadorias e vendidos para pessoas de outras partes do mundo.