Ana Rosa cresceu, in ro dos Reis; lera sabia ruam tocava modinhas sentimentais ao violio e ao piano.N estupida; tinha a perfeita da virtude, um modo bo- nito, e por vezes lamentari nào ser mais instruid Conhecia muitos trabalhos de agulha.bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir. Uma so palavra bolave a superficie dos seus pensamen- tos: "Mulato". E crescia crescia, transformando-se em tene- brosa nuvem, que escondin todo o seu passado Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. - Mulato! Esta só palavra explicava -The agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas familias a quem visitara; as reticências dos que the falavam de seus antepassados; a reser- va e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questōes de raça e de sangue. AZEVEDO, Aluísio. O mulato São Paulo: Ática, 1996 Fragmento. texto de Aluisio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final doséculoXIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois a) relaciona a posição social padrões de comportamento e à condição de raça. b) apresenta os homens eas mulheres melhores do que eram no século XIX. c) mostra a pouca cultura feminina ea distribuição de saberes entre homens e mulheres. d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascende socialmente. e) critica a educação oferecida às mulheres eos maus-tratos dispensadq aos negros.