Leia o texto a seguir. De um lado, portanto estão os que acreditam , como Adorno e Horkheimer (os primeiros, na década de 1940, a utilizar a expressão "indústria cultural" tal como hoje a entendemos), que essa indústria desempenha as mes- mas funções de um Estado fascista e que ela está, assim, na base do totalitarismo moderno ao promover a aliena- cão do homem , entendida como um processo no qual o indivíduo é levado a não meditar sobre si mesmo e sobre a totalidade do meio social circundante transformando-se com isso em mero joguete e, afinal, em simples produto alimentador do sistema que o envolve. Do outro lado, os que defendem a ideia segundo a qual a indústria cultural é o primeiro processo democratizador da cultura ao colo- cá-la ao alcance da massa - sendo, portanto , instrumento privilegiado no combate dessa mesma alienação. COELHO, Teixeira. Oqueé indústria cultural.16. ed. São Paulo: Brasiliense, 1996 (Coleção Primeiros Passos) a) Quais são as duas interpretações possíveis da indústria cultural? b) Cite e explique um exemplo de uma manifestação da

indústria cultural que ilustre uma das interpretações mencionadas.<br /><br />a) As duas interpretações possíveis da indústria cultural são:<br /><br />1. A primeira interpretação, defendida por Adorno e Horkheimer, considera que a indústria cultural desempenha funções semelhantes a um Estado fascista, promovendo a alienação do homem. Nesse sentido, ela é base para o totalitarismo moderno, levando o indivíduo a não refletir sobre si mesmo e sobre o meio social circundante, tornando-o um mero produto do sistema.<br /><br />2. A segunda interpretação considera a indústria cultural como o primeiro processo democratizador da cultura, colocando seus produtos ao alcance da massa. Nesse sentido, ela seria um instrumento privilegiado no combate à alienação, permitindo que as pessoas tenham acesso a formas de entretenimento e cultura que antes eram restritas a poucos.<br /><br />b) Um exemplo de manifestação da indústria cultural que ilustra a primeira interpretação é a produção em massa de filmes de grande bilheteria, como os filmes de super-heróis. Esses filmes são produzidos de forma padronizada, com enredo previsível e personagens estereotipados. Eles são consumidos em massa pelas pessoas, que se tornam simples produtos do sistema, consumindo produtos culturais sem refletir sobre seu conteúdo ou sobre o meio social em que estão inseridos. Essa produção em massa de filmes de grande bilheteria ilustra como a indústria cultural pode desempenhar funções semelhantes a um Estado fascista, promovendo a alienação do homem.