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Ciências Sociais
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“A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças. Por trás da afirmação "sou brasileiro" deve-ser ler: "não sou argentino", "não sou chinês", "não sou japonês" e assim por diante, numa cadeia, neste caso, quase interminável. Admitamos: ficaria muito complicado pronunciar todas essas frases negativas cada vez queeu quisesse fazer uma declaração sobre minha identidade. A gramática nos permite a simplificação de simplesmente dizer "sou brasileiro". Como ocorre em outros casos, a gramática ajuda, mas também esconde. Da mesma forma, as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre a identidade. Dizer que "ela é chinesa' significa dizer que "ela não é argentina', "ela não é japonesa' etc., incluindo a afirmação de que "ela não é brasileira", isto é, que ela não é oque eu sou. As afirmações sobre diferença também dependem de uma cadeia, em geral oculta, de declarações negativas sobre (outras) identidades. Assim como a identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade. Identidade e diferença são, pois, inseparáveis .” ( SILVA,Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, TomazTadeu (org. e trad.). Identidade e diferença . Petrópolis, vozes, 2000) O texto acima nos permite lembrar de uma interpretação antropológica bastante própria ao estruturalismo antropológico francês de Claude Lèvi-Strauss. Assinale a sentença que melhor expressa essa relação entre o texto e aantropologia estrutural francesa: Escolha uma: a. Ao dizer que “A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que a classificação de grupos é uma das expressões do funcionamento da mente humana. b. Ao dizer que “Assim como a identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que o homem é um ser eminentemente social, por isso segue essa tendência de se associar em grupos. c. Ao dizer que “A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças”, o autor nos lembra de uma das principais reflexões sobre a afirmação da identidade brasileira por parte do autor Roberto Da Matta d. Ao dizer que “Da mesma forma, as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre a identidade”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que as instituições sociais estão intimamente ligadas, como em uma teia de relações reconhecida pelos antropólogos como estrutura.

Pergunta

“A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças. Por trás da afirmação "sou brasileiro" deve-ser ler: "não sou argentino", "não sou chinês", "não sou japonês" e assim por diante, numa cadeia, neste caso, quase interminável. Admitamos: ficaria muito complicado pronunciar todas essas frases negativas cada vez queeu quisesse fazer uma declaração sobre minha identidade. A gramática nos permite a simplificação de simplesmente dizer "sou brasileiro". Como ocorre em outros casos, a gramática ajuda, mas também esconde. Da mesma forma, as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre a identidade. Dizer que "ela é chinesa' significa dizer que "ela não é argentina', "ela não é japonesa' etc., incluindo a afirmação de que "ela não é brasileira", isto é, que ela não é oque eu sou. As afirmações sobre diferença também dependem de uma cadeia, em geral oculta, de declarações negativas sobre (outras) identidades. Assim como a identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade. Identidade e diferença são, pois, inseparáveis .” ( SILVA,Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, TomazTadeu (org. e trad.). Identidade e diferença . Petrópolis, vozes, 2000) O texto acima nos permite lembrar de uma interpretação antropológica bastante própria ao estruturalismo antropológico francês de Claude Lèvi-Strauss. Assinale a sentença que melhor expressa essa relação entre o texto e aantropologia estrutural francesa: Escolha uma: a. Ao dizer que “A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que a classificação de grupos é uma das expressões do funcionamento da mente humana. b. Ao dizer que “Assim como a identidade depende da diferença, a diferença depende da identidade”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que o homem é um ser eminentemente social, por isso segue essa tendência de se associar em grupos. c. Ao dizer que “A afirmação "sou brasileiro", na verdade, é parte de uma extensa cadeia de "negações", de expressões negativas de identidade, de diferenças”, o autor nos lembra de uma das principais reflexões sobre a afirmação da identidade brasileira por parte do autor Roberto Da Matta d. Ao dizer que “Da mesma forma, as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre a identidade”, o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que as instituições sociais estão intimamente ligadas, como em uma teia de relações reconhecida pelos antropólogos como estrutura.

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Resposta: A afirmação "Ao dizer que 'A afirmação 'sou brasileiro', na verdade, é parte de uma extensa cadeia de 'negações', de expressões negativas de identidade, de diferenças', o autor nos faz lembrar de um dos principais pressupostos da leitura antropológica de Lèvi-Strauss: que a classificação de grupos é uma das expressões do funcionamento da mente humana." é a que melhor expressa a relação entre o texto e a antropologia estrutural francesa de Lèvi-Strauss. <br /><br />Dicas: Lèvi-Strauss acreditava que na estruturação do pensamento humano há uma predileção por categorias binárias, ou seja, opostos complementares. Quando afirmamos uma identidade, automaticamente negamos outras, numa dinâmica estrutural binária de oposição.<br /><br />Descrição: Analisando o trecho dado, percebemos que quando o autor afirma ser brasileiro, uma série de negações ocorre para que essa afirmação seja possível. Ele deixa de ser argentino, chinês, etc, na mesma medida que se afirma brasileiro. Essa reflexão remete diretamente a Lèvi-Strauss, que acreditava que a identificação das diferenças e semelhanças, as oposições e complementaridades, estão na base da estruturação do pensamento humano. A oposição entre o "eu" e o "outro" é uma dessas categorias binárias fundamentais. <br /><br />Concluindo: A alternativa correta é a "A", pois é aquela que melhor expressa essa proximidade entre o texto e as ideias estruturalistas de Lèvi-Strauss. A construção de identidade social, seja ela individual (como no exemplo do texto) ou coletiva, é resultado de um processo de categorização e diferenciação, uma distinção entre "eu/nós" e "os outros".
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