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Literatura
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Examo Nacional do Ensino Médio QUESTÃO 22 Data venia Conheci Bentinho e Capitu nos meus curiosos e antigos quinze anos. E os olhos de água da jovem de Matacavalos atrairam-me, seduziram-me ao primeiro contato. Aliados ao seu jeito de ser flor e mistério. Mas tomou-me também a indignação diante do narrador e seu texto, feito de acusação e vilipéndio. Sem qualquer direito de defesa. Sem acesso ao discurso, usurpado, sutilmente pela palavra autoritária do marido, algoz, em pele de cordeiro vitimado. Crudelissimo e desumano: nào bastasse o que faz com a mulher, chega a desejar a morte do próprio filho e a festejá-la com um jantar, sem qualquer remorso. No fundo, uma pobre consciência dilacerada, um homem dividido, que busca encontrar-se na memória e acaba faltando-se a si mesmo. Retomei inúmeras vezes a triste história daquele amor em desencanto. Familiarizei-me, ao longo do tempo, com a critica do texto; poucos muito poucos, escapam das bem traçadas linhas do libelo condenatório; no minimo concedem à ré o beneplácito da dúvida: convertem-na num enigma indecifrável, seu atributo consagrador. Eis que, diante de mais um retorno ao romance, veio a iluminação: por que não dar voz plena áquela mulher, brasileira do século XIX que, apesar de todas as artimanhas e do maquiavelismo do companheiro, se converte numa das mais fascinantes criaturas do gênio que foi Machado de Assis? A empresa era temerária, mas escrever é sempre um risco. Apoiado no espaço de liberdade em que habita a Literatura, arrisquei-me. resultado: este livro em que, além-túmulo .como Brás Cubas, a dona dos olhos de ressaca assume, à luz do mistério da arte literária e do próprio texto do Dr. Bento Santiago, seu discurso e sua verdade. PROENCAFILHO, D. Capitu:memórias postumas. Rio de Janeiro: Atrium 1998 Para apresentar a apropriação literária que faz da obra de Machado de Assis, 0 autor desse texto (1) relaciona aspectos centrais da obra original e então. reafirma o ponto de vista adotado. (B) explica os pontos de vista de criticos da literatura e, por fim, os redimensiona na discussão. (B) introduz elementos relevantes da história e, na sequência, apresenta motivos para refuta-los. (D) justifica as razōes pelas quais adotou certa abordagem e, em seguida, reconsidera tal escolha. (3) contextualiza o enredo de forma subjetiva e, na conclusão, explicita o foco narrativo a ser assumido.

Pergunta

Examo Nacional do Ensino Médio
QUESTÃO 22
Data venia
Conheci Bentinho e Capitu nos meus curiosos e antigos
quinze anos. E os olhos de água da jovem de Matacavalos
atrairam-me, seduziram-me ao primeiro contato. Aliados ao
seu jeito de ser flor e mistério. Mas tomou-me também a
indignação diante do narrador e seu texto, feito de acusação
e vilipéndio. Sem qualquer direito de defesa. Sem acesso ao
discurso, usurpado, sutilmente pela palavra autoritária do
marido, algoz, em pele de cordeiro vitimado. Crudelissimo
e desumano: nào bastasse o que faz com a mulher, chega
a desejar a morte do próprio filho e a festejá-la com
um jantar, sem qualquer remorso. No fundo, uma pobre
consciência dilacerada, um homem dividido, que busca
encontrar-se na memória e acaba faltando-se a si mesmo.
Retomei inúmeras vezes a triste história daquele amor em
desencanto. Familiarizei-me, ao longo do tempo, com a
critica do texto; poucos muito poucos, escapam das bem
traçadas linhas do libelo condenatório; no minimo concedem
à ré o beneplácito da dúvida: convertem-na num enigma
indecifrável, seu atributo consagrador.
Eis que, diante de mais um retorno ao romance, veio
a iluminação: por que não dar voz plena áquela mulher,
brasileira do século XIX que, apesar de todas as artimanhas
e do maquiavelismo do companheiro, se converte numa das
mais fascinantes criaturas do gênio que foi Machado de Assis?
A empresa era temerária, mas escrever é sempre um
risco. Apoiado no espaço de liberdade em que habita a
Literatura, arrisquei-me.
resultado: este livro em que, além-túmulo .como
Brás Cubas, a dona dos olhos de ressaca assume, à
luz do mistério da arte literária e do próprio texto do
Dr. Bento Santiago, seu discurso e sua verdade.
PROENCAFILHO, D. Capitu:memórias postumas.
Rio de Janeiro: Atrium 1998
Para apresentar a apropriação literária que faz da obra de
Machado de Assis, 0 autor desse texto
(1) relaciona aspectos centrais da obra original e então.
reafirma o ponto de vista adotado.
(B) explica os pontos de vista de criticos da literatura e,
por fim, os redimensiona na discussão.
(B) introduz elementos relevantes da história e, na sequência,
apresenta motivos para refuta-los.
(D) justifica as razōes pelas quais adotou certa abordagem
e, em seguida, reconsidera tal escolha.
(3) contextualiza o enredo de forma subjetiva e, na conclusão,
explicita o foco narrativo a ser assumido.

Examo Nacional do Ensino Médio QUESTÃO 22 Data venia Conheci Bentinho e Capitu nos meus curiosos e antigos quinze anos. E os olhos de água da jovem de Matacavalos atrairam-me, seduziram-me ao primeiro contato. Aliados ao seu jeito de ser flor e mistério. Mas tomou-me também a indignação diante do narrador e seu texto, feito de acusação e vilipéndio. Sem qualquer direito de defesa. Sem acesso ao discurso, usurpado, sutilmente pela palavra autoritária do marido, algoz, em pele de cordeiro vitimado. Crudelissimo e desumano: nào bastasse o que faz com a mulher, chega a desejar a morte do próprio filho e a festejá-la com um jantar, sem qualquer remorso. No fundo, uma pobre consciência dilacerada, um homem dividido, que busca encontrar-se na memória e acaba faltando-se a si mesmo. Retomei inúmeras vezes a triste história daquele amor em desencanto. Familiarizei-me, ao longo do tempo, com a critica do texto; poucos muito poucos, escapam das bem traçadas linhas do libelo condenatório; no minimo concedem à ré o beneplácito da dúvida: convertem-na num enigma indecifrável, seu atributo consagrador. Eis que, diante de mais um retorno ao romance, veio a iluminação: por que não dar voz plena áquela mulher, brasileira do século XIX que, apesar de todas as artimanhas e do maquiavelismo do companheiro, se converte numa das mais fascinantes criaturas do gênio que foi Machado de Assis? A empresa era temerária, mas escrever é sempre um risco. Apoiado no espaço de liberdade em que habita a Literatura, arrisquei-me. resultado: este livro em que, além-túmulo .como Brás Cubas, a dona dos olhos de ressaca assume, à luz do mistério da arte literária e do próprio texto do Dr. Bento Santiago, seu discurso e sua verdade. PROENCAFILHO, D. Capitu:memórias postumas. Rio de Janeiro: Atrium 1998 Para apresentar a apropriação literária que faz da obra de Machado de Assis, 0 autor desse texto (1) relaciona aspectos centrais da obra original e então. reafirma o ponto de vista adotado. (B) explica os pontos de vista de criticos da literatura e, por fim, os redimensiona na discussão. (B) introduz elementos relevantes da história e, na sequência, apresenta motivos para refuta-los. (D) justifica as razōes pelas quais adotou certa abordagem e, em seguida, reconsidera tal escolha. (3) contextualiza o enredo de forma subjetiva e, na conclusão, explicita o foco narrativo a ser assumido.

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ArmandoElite · Tutor por 8 anos

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Para apresentar a apropriação literária que faz da obra de Machado de Assis, o autor desse texto:<br /><br />(B) explica os pontos de vista de críticos da literatura e, por fim, os redimensiona na discussão.<br /><br />O autor do texto explica os pontos de vista de críticos da literatura sobre a obra de Machado de Assis e, posteriormente, redimensiona esses pontos de vista na discussão, apresentando sua própria interpretação e abordagem à obra.
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